Não é segredo para ninguém que o COVID-19 teve um impacto enorme no desempenho e na capacidade dos anunciantes de gastarem em marketing de busca paga para os seus negócios. Apesar disso, ao longo deste ano de 2020 algumas tendências começaram a aparecer nas buscas pagas, e isto independente da pandemia.
A morte do tablet
Olhando para os dados referentes a pesquisa paga constata-se que o crescimento dos gastos com tablets nas pesquisas pagas do Google começou a cair no quarto trimestre de 2019, passando de um crescimento de 5% no último trimestre para uma queda de 22%.
Esta tendência ficou mais visível em 2020, com os gastos diminuindo pelo menos 45% em cada um dos dois primeiros trimestres do ano.
Embora as tendências para dispositivos possam certamente ser o resultado da mudança de estratégias dos anunciantes, os números deixam claro que isso é mais do que apenas alguma estratégia.
De fato, percebe-se que desde 2014 a produção de tablets vem caindo ao redor do mundo, isto ocorre em geral porque os smartphones passaaram cada vez mais a apresentar melhores funcionalidades, corroendo assim proposta de valor dos tablets.
Desta maneira, está se tornando cada vez menos importante para muitos concentrarem a sua atenção no tráfego proveniente de tablets, hoje os tablets são responsáveis por apenas 4% dos cliques de pesquisa do Google para anunciantes.
Anúncios Shooping
O Google anunciou em março de 2019 que os anúncios do Shopping apresentados na pesquisa de imagens passariam a ser agrupados com a rede de pesquisa principal, e não mais com a rede de parceiros de pesquisa.
Com essa alteração houve uma queda acentuada na parcela de cliques proveniente de parceiros de pesquisa do Shopping, no final do segundo trimestren de 2019 a parcela de cliques em anúncios de texto e Shopping estava abaixo de 1%.
Embora a Rede de Parceiros de Pesquisa tenha sido uma fonte divisora no tráfego de pesquisa paga ao longo dos anos devido à falta de controle que os anunciantes têm sobre lances e canais, há muito tempo que a eficiência desse tráfego está normalmente em linha com a do tráfego que vem do Google.
Isso ocorre por conta de um desconto para cliques de parceiros de pesquisa que normalmente se alinham com a taxa de conversão muito mais baixa para o tráfego de parceiros de pesquisa em relação à rede principal.
Contudo, depois de anos de declínio, a rede de parceiros agora é tão pequena que direcionar anúncios para sites de terceiros já não é muito importante atualmente.
Correspondências amplas
Observou-se também ao longo de 2020 o declínio de outra fonte de tráfego as correspondências amplas de pesquisa, que hoje respondem por apenas 10% dos cliques de pesquisa paga do Google.
Desde 2016 a parcela de cliques de pesquisa paga atribuídos como correspondências amplas estava acima de 25% para o anunciante mediano. Contudo, desde o segundo trimestre de 2020, essa participação diminuiu para apenas 10%.
Embora os anunciantes possam escolher implementar diferentes estratégias de palavras-chave ao longo do tempo, o declínio observado nos últimos quatro anos parece ser o resultado da definição de variações aproximadas do Google ao longo do tempo.
Na verdade, observando a participação do tráfego total de correspondência exata (incluindo variantes aproximadas) foi descoberto que a participação passou de 12% no 1º trimestre de 2016 para mais de 40% no 2º trimestre de 2020.
Assim com as variantes aproximadas agora mais ou menos tomando o lugar da correspondência ampla, estratégias como evitar palavras-chave de correspondência ampla não serão mais suficientes para manter as correspondências entre consulta e palavra-chave restritas.
Por isso, os anunciantes terão que permanecer atentos independentemente do tipo de correspondência que uma palavra-chave tem.
Conclusão
Como você pode ver muitas coisas estão mudando com relação a pesquisa paga no Google, esta mudanças provavelmente continuaram a se acentuar daqui para a frente e consequentemente terão impactos significativos no desempenho das pesquisas pagas, variando de acordo com o local e o nicho do negócio do anunciante.
Além disso, outras tendências subjacentes vêm tomando forma há alguns anos e não são o resultado de eventos atuais.
Contudo, para compreender com estas tendências afetam o desempenho das pesquisas pagas, é necessário entender a fundo essas mudanças, bem como as que surgiram devido ao COVID-19.